quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Essa vida de Mulher... - parte IV


O churrasco foi em comemoração ao aniversário de 16 anos da minha melhor amiga Suzani. Assim que cheguei encontrei-a conversando com um grupinho perto da piscina, mas isso não a impediu de vir correndo falar comigo:
- Camily, pensei que você não viria mais!
- E eu sou louca de perder o aniversário da minha melhor amiga?
Nós rimos. Ser amiga da Suzi é fácil. Ela é do tipo de pessoa que sempre está ao seu lado quando você precisa.
Entreguei-lhe o presente e fomos nos sentar com algumas primas dela. Todas foram bastante simpáticas e a conversa entre nós fluiu facilmente. Você sabe como são mulheres, né?! Quando começam a fofocar nada ás atrapalham! Passamos um bom tempo conversando, mas não sentia-me muito bem, algo desconfortável estalava-se em meu estômago e eu só pude relacionar isso com o episódio do cobrador. Talvez toda aquela raiva acumulada refletiu em um belo “mal-estar”. Resolvi caminhar um pouco, e a Suzi acompanhou-me. Ela me apresentou á alguns parentes e amigos, depois pegamos uns picolés junto com uns salgadinhos  e fomos nos sentar perto da piscina.
- E ai amiga, algum pretendente em vista? – Ela sorriu e eu a acompanhei. Dei uma olhada ao redor lembrando-me bem do rosto de cada menino e fiz uma cara de muxoxo:
- Olha, tem uns bem gatinhos, mas nada que me interesse. Mas e você, tá de olho em algum? – Ela começou a ficar corada e fez sua típica cara de envergonhada (Suzi não é muito boa com meninos), nesse momento entendi tudo! -  Não acredito Suzi, quem é o sortudo? Conta-me TUDO!
- Tudo bem Mily, acho que você não conhece, o nome dele é Pablo...
- Pablo?1 Você não me apresentou nenhum Pablo! – Fiz uma cara de aborrecida e ela logo acalmou-me.
- Ele ainda não chegou. Quem nos apresentou foi a Érika, minha prima, nessa sexta, quando fomos ao shopping.
 - Ah, entendi...
- Mas tem um problema, ele disse que vinha só que não chegou até agora! – Então ela olhou-me especulativa e arriscou – A gente trocou número e tudo... Você acha que eu deveria ligar pra saber se ele vem?
Espantei-me com a pergunta e tentei esconder da melhor forma que pude a minha cara de reprovação (para não magoá-la),porém fiz com que minha voz soasse firme:
- Claro que não amiga. Ele vai pensar que você é do tipo fácil e grudenta... Espere mais um pouco, se ele disse que vinha é por que vem, e além do mais está cheio de gatinhos por aqui, todos loucos pra ficar com você!
Suzi olhou-me nos olhos. Parecia um pouco mais confortada, então o seu celular tocou e eu vi um misto de alegria com desespero inundar os seus olhos...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Essa vida de mulher... - Parte III



Entreguei-lhe uma cédula de R$ 5,00, passei na roleta e fiquei esperando o troco. Como fui a única a subir e a próxima parada estava um pouco longe, ele aproveitou para puxar conversa:
- Bom dia? – Ele falou
- Bom dia – Respondi sem o menor entusiasmo, talvez assim ele percebesse que eu não queria nenhum tipo de conversa... Mas não! Claro que não!
- Bem, meu dia ficou melhor agora... – Completou erguendo uma sobrancelha e abriu um largo sorriso faceiro. Pensei: “Cara, alguém perguntou?” mas apenas suspirei impaciente e lembrei-lhe:
- Hmm, meu troco. – Ele ignorou-e e continuou perguntando:
- Ei gatinha, como é teu nome? – Respondi da melhor forma que pude mas não orgulho-me disso, saiu um tanto infantil de mias.:
- Não lhe interessa, não falo com estranhos! – Aquele jogo de sedução parecia animá-lo. Quanto mais me negava, mais ele insistia.:
 - Não seja por isso, me chamo Rodrigo, tenho 22 anos e estou solteiro – Ele expandiu ainda mais aquele sorriso e continuou – e você princesa?
Eu o fitei indignada! Como alguém poderia ser assim tão inconveniente? Com o meu súbito silêncio ele pareceu um pouco decepcionado, então continuou:
- Ah, que é isso, você não vai se apresentar?
Permaneci calada, encarando os olhos castanhos daquele homem insistente. Dentro de mim outro sentimento diferente da impaciência e indignação crescia: A raiva. Como um desconhecido poderia despertar tudo de pior em uma pessoa? Eu não sei, mas aquele sujeito conseguia. Continuei calada e aquilo pareceu incomodá-lo ainda mais, então o cara apelou.:
- Olhe, você não pode dizer que não me conhece pois acabei de me apresentar, mas se está com vergonha tudo bem, é só você me dar seu número e eu te ligo mais tarde, quando acabar meu horário.
Aquilo foi a gota d’água! Todos os sentimentos que estavam surgindo em meu peito explodiram, desentalando o nó que se formara em minha garganta impedindo-me de falar. Serrei os olhos, trinquei os destes e falei com a voz ameaçadoramente pausada:
- Olha aqui cara, você continua sento um estranho maluco para mim e é assim que vai ser, pois nem que você fosse o único homem do mundo eu me interessaria em lhe conhecer. Você me dá nojo! E é melhor me entregar logo esse troco antes que eu comece a gritar e dizer que você está me assediando, entendeu?
O tarado olhou-me um pouco assustado, mas o brilho em seus olhos apenas aumentou. Ele devolveu o meu troco sorrindo e o entregou junto com um papelzinho. Nervosa como eu estava, enfiei tudo na bolsa e me virei para sentar o mais longe possível dele. Enquanto afastava-me pude escutá-lo dizer:
“- É assim que eu gosto: Linda, difícil e nervosinha!”
Senti vontade de voltar lá e esganá-lo, mas me controlei-me a tempo de perceber que minha descida já estava chegando. Saí do ônibus visivelmente irritada. Controlei minha irritação com o seguinte pensamento: ‘São Paulo é muito grande, nunca mais verei este cobrador na minha vida!” Aos poucos a irritação cedeu, e quando cheguei ao churrasco já havia quase esquecido o acontecido...
Quase! ...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Essa vida de mulher... - Parte II


Peguei minha bolsa e conferi se estava tudo lá: Toalha, biquíni, protetor solar, saidinha de banho, um conjuntinho de short e camiseta (caso os débil mentais da minha sala resolvessem me jogar na piscina), minha escova de dentes e de cabelo, um frasquinho de perfume e meu kit básico de maquiagem (Pó, base,rimél, blush, lápis de olho e gloss). Antes de sair, olhei-me no espelho da sala. Meu look estava bom: Uma camisetinha regata branca (que destacava bastante na minha pele morena) e um short jeans desbotadinho (que destacava as curvas do meu corpo), alguns adereços básicos como um brinquinho e um cinto marrom só pra dar um toque especial! Com os cabelos ondulados soltos até a cintura e com os óculos de sol no rosto, saí à caminho do tão esperado churrasco.
Caminhei um pouco até o ponto de ônibus, e não tive que esperar muito pelo mesmo. Porém, o inferno começou assim que subi no ônibus, com o tal do cobrador...
Quem é mulher sabe do que estou falando... O tal do cobrador faz parte da classe de pessoas mais “Argh” que eu conheço (Claro, salvo para aqueles caras legais que não ficam lhe azarando nem nada!)! ...

domingo, 23 de outubro de 2011

Essa vida de mulher... - Parte I





O dia começou normal. Acordei ás 8:00, tomei meu banho, me arrumei e comi o delicioso café da manhã que minha irmã fizera. Ou seja, tudo certo, nenhum sinal ou premonição (sei lá) do quanto aquele dia seria complicado e desastroso... Ai, desculpa! Acabei adiantando-me demais! Então deixe-me recomeçar...

Meu nome é Camilly, tenho 16 anos, curso o 2° ano de uma escola particular daqui de Sampa e moro com minha irmã mais velha. Onde estão meus pais? Bem, eles morreram já morreram faz um bom tempo, num acidente de carro. Um maluco bêbado atravessou o sinal fechado em alta velocidade e os atingiu. Eles morreram na hora. Se me importo em falar sobre isso? Claro que não gosto muito de lembrar, mas como eu já disse, faz um bom tempo que isso aconteceu... Embora ainda sinto muita saudade deles, resolvi seguir a vida e agradeço á Deus por ter uma irmão como a Isadora! Ela é tipo... P-E-R-F-E-I-T-A! Somos muito unidas. Ela sempre cuidou de mim, e quando nossos pais morreram nossa união aumento ainda mais. A tragédia aconteceu quando ela estava terminando o período escolar, o que á atrasou bastante, mas mesmo assim conseguimos superar. Ela terminou a escola e foi trabalhar para nos sustentar. Moramos um tempo com os nossos tios, mas resolvemos continuar no apartamento que era dos nossos pais. Não éramos ricos, mas eles tinham deixado uma boa poupança pra que no futuro pudéssemos cursar uma boa universidade, ou sei lá, começar nosso próprio negócio! Isadora e eu somos altas, magras e morenas (embora a pele dela seja um tom mais escuro que a minha), meus olhos são cor de mel eos dela são negros como uma noite sem luar.

Com um sorriso no rosto e prendendo os cabelos cacheados num rabo-de-cavalo desajeitado, ela me disse:

- Divirta-se bastante no churrasco, e quando chegar, quero detalhes viu?!

Ela piscou um olho malicioso para mim e foi trabalhar. Isso lembra-me do churrasco, o que realmente quero contar...

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Essa vida de mulher...

Pessoal, aí vai mais uma Web... "Essa vida de mulher". Confiram a sinopse e encantem-se com um dia da vida de Camilly. Espero que gostem... Beijos!




Sinopse --> Camilly é uma jovem que apesar da pouca idade enfrenta os problemas do cotidiano de uma mulher. O assédio, a TPM, os problemas com a família, os relacionamentos amorosos (que nessa idade estão á flor da pele), estão constantemente presentes na vida dessa menina. Camilly envolve-se em situações embraraçadas e divertidas (bom, pelo menos pra os espectadores, rs) e o melhor é saber como ela vai desenrrolando e se virando como pode pra sair dessas situações.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Put'z, Aula???




Meu nome é Eduardo, tenho 15 anos e meu dia desastroso começou assim:

-Acorda pra almoçar, pivete!
-Já tô indo, mãe...

Ontem eu já tinha ido dormir às 3:15 da madruga, pois estava conversando com a galera no MSN. Hoje acordei às 14:00 só porque a mãe veio chamar. Levantei, liguei o pc, passei pela cozinha e comi alguma besteira e um pedaço de... Cenoura (Eca!) e voltei pra net. Assim que abri o MSN o Pedro estava online e veio cheio de marra, falando;

“Pô cara, tu é moral mesmo! Faltou logo no primeiro dia de aula...”

Nesse momento eu gelei! Será que eu tinha esquecido o primeiro dia de aula?

“Como é a história?!”
“Hoje foi o primeiro dia de aula! Tu esqueceu? Pois se lascou, porque a diretora Fátima vai ligar pra tua casa...”
“Quem te disse isso?!”
“Ela mesma! Corre pra sala e vigia o telefone... Tu sabe que ela tá louca pra te pegar...”
“De rocha! Tchau...”

Fiquei tão nervoso que nem fechei a droga do MSN. Sentei ao lado do telefone e pra dá “o pitú” em mainha, peguei um livro pra ler. Tentei realmente me concentrar no que estava lendo, mas o medo não deixou! Fiquei pensando nas besteiras que já tinha feito na escola... Das vezes que foi expulso... Dos “bilhetes” que nunca chegaram na mão de minha mãe, e principalmente da pichação que eu fiz no banheiro masculino... Eu ainda coloquei meu nome! Eu estava tão imerso em meus pensamentos que não percebi o toque do telefone.

-Menino, tá moco, é?!
-Hã?!
-O telefone!

Meu coração parou! Tentei pensar em algumas desculpas rápidas, mas minha mãe apareceu e cortou meu raciocínio. Ela estava quase atendendo quando eu gritei:

-Não!

Ela me olhou confusa e eu atendi o telefone:

-A... Alô?
-Boa tarde... -Quando escutei aquela voz cheia, forte, meu coração se aquietou no peito. – Somos da rede de vendas por telefone ,Alian...
- Não queremos! - Bati o telefone na cara do homem e completei antes que minha mãe perguntasse - Vendedor

Ela saiu da sala e eu continuei no mesmo perrengue de antes, mas agora estava consciente de que precisava arranjar uma desculpa. Pensei em algumas coisas simples como dizer que ela estava no banheiro ou tinha saído, mas conhecendo a diretora, “cão”, como conheço, não ia colar... Acho que passei uns 10 minutos pensando nisso quando o telefone tocou. Dessa vez fui rápido demais e não me preparei psicologicamente para a “bronca”. Do outro lado da linha uma mulher falava freneticamente:

- Alô? , Alô? , Alô!
-Oi... - respirei fundo
-Dudinha meu amor, sua mãe está?
-Quem é? –Perguntei um pouco ignorante
-Sua tia Marita! Como vai seu pap..

Não esperei ela terminar de falar e dei um enorme grito:

-Mãe! Tia Marita!

Ela veio correndo e me expulsou da poltrona com umas tapas que nem senti. Logo elas entraram em assuntos como “moda, decoração, penteados”, essas frescuras de mulher! Por um lado odiei o fato de tia Marita está ligando (eu não gosto dela!), mas pensando melhor foi até bom porque o telefone ficava ocupado e minha mãe entretida. Sabia que elas passariam no mínimo meia hora conversando, então resolvi ir a casa da Leca pedir uma luz. Peguei uma camisa limpa e fui vestindo pelo meio da rua mesmo, logo se passaram as quatro casas que me separavam da minha salvadora. Nem pedi permissão e fui direto pro quarto dela, bati na porta, ela abriu e  olhou avaliando-me:

-Confusão?! – Não tinha sido uma pergunta.
-Você pode ir lá pra casa, agora?
-Três minutos! – Ela pegou uma bolsa e um par de sandálias.
-Vamos!

Eu praticamente saí arrastando a Leca e contei o meu drama. Ela pensou um pouco e me deu uma solução perfeita.

-Simples! Eu vou me passar por sua mãe!

 Eu adorei a idéia! Fiquei pasmo com o poder de raciocínio rápido que ela tem, e dentro de mim crescia cada vez mais o meu amor escondido. Quando chegamos em casa o telefone tocava e minha mãe vinha atender reclamando:

-Nem o telefone de Obama toca tanto! –Não consegui impedir que ela atendesse. –Alô?

Nesse momento minha cabeça girou e eu quase desmaiei. Fez-se um minuto de silêncio e minha mãe falou:
-Tudo bem! –Desligou. Ela me olhou assustada e perguntou:
-Que foi, menino? Tá branco feito algodão!
-Quem era mãe?
-Engano, menino! Isso é no que dá não comer feijão!

Ela voltou para a cozinha e me sentei na cadeira quase chorando. Nessa agonia toda já iam dar 17:00 horas e nada da diretora “cão” ligar. A Leca já estava querendo voltar para casa quando o telefone tocou. Ela olhou para mim e correu para atender. Apesar da minha cara de pânico, ela agia naturalmente e parecia mesmo que era a minha mãe. Aterrorizado como estava, só consegui escutar o final da conversa quando a Leca falou:

-Pode deixar Dona Fátima, o Eduardo será devidamente penalizado! – Desligou
-E então?
-Tudo pronto! Não precisa mais se preocupar “mocinho”!

Nós rimos com todo o acontecimento e vendo a Leca tão alegre e linda, não pude me conter e beijei-a. Ela me olhou assustada, mas logo abriu um lindo sorriso e me beijou novamente. Sabia que ali começava uma nova etapa na nossa “amizade” e em nossas vidas.

sábado, 8 de outubro de 2011




Caros leitores, peço desculpas por não ter mais postado no blog. Por motivos pessoais tive que me ausentar por uns tempos, mas agora voltei e prometo q não vou decepcioná-los novamente. Como de cada experiência devemos tirar o seu melhor, aproveitei  esse tempo para organizar meus textos e desenvolver temas que sempre achei interessante, porém nunca tive tempo e inspiração para escrevê-los. Com relação a Web “Um amor de São João” pretendo continuá-la apenas próximo ano, no período que mais se adéqua. Espero conquistá-los novamente com meus textos e aprimorá-los cada vez mais. Beijosss

Carolina Medeiros